Tropeiros vão percorrer mais de 200 km para pedir bênçãos ao Senhor do Bonfim

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Tropeada saiu de Taquaruçu Grande e deve chegar a Natividade no dia 11 de agosto. O percurso passa por fazendas e estradas de chão. Fé e companheirismo marcam a viagem dos tropeiros do Senhor do Bonfim
Há dez anos, a comitiva tropeiros faz a peregrinação até Natividade para participar da romaria do Senhor do Bonfim. A viagem representa uma tradição de mais de dois séculos e os tropeiros percorrem cerca de 200 km em estrada de chão pedindo bênçãos.
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Mas a tropeada começa antes mesmo da partida. Uma prosa entre os tropeiros, mesa farta e oração marcam o primeiro ponto de concentração. Eles saíram de Taquaruçu Grande e devem chegar ao destino final até 11 de agosto, percorrendo pelo menos seis fazendas durante o trajeto.
“Nós saímos daqui entregando cestas básicas àquelas pessoas mais necessitadas, para em uma fazenda, olha para outra. Aonde tiver pessoal daqui para lá, a gente faz o social. E esse ano estamos levando também brinquedos para crianças que têm nas estradas”, contou Beterson Milhomem Coutinho, presidente da tropeada.
O servidor público Edson Mota Oliveira faz parte do grupo desde o começo e fala da alegria em percorrer o trecho. Nos últimos anos, a tropeada tem um significado diferente para a família dele.
“O significado é de união, de fé e de esperança. O Enzo, há quatro anos atrás teve meningite e no momento mais difícil, no momento que eu estava me organizando para ir para o Senhor do Bonfim na tropeada eu estava com ele. E coloquei o joelho no chão no Hospital Infantil de Palmas e pedi ao Senhor do Bonfim, porque Deus já estava comigo[…] E fiz a promessa que após a saúde, ele ia peregrinar, ia participar da cavalgada junto comigo. E isso hoje é uma realidade”, contou, falando de momentos difíceis que passou com o filho, de 11 anos.
Tropeiros vão por estrada de chão até Natividade
Divulgação/TV Anhanguera
E desde pequeno, o Enzo é um dos tropeiros que sente no peito o significado da devoção e gratidão. “Para mim foi um milagre de Deus, o Senhor do Bonfim me abençoou para eu estar agora nessa caminhada com meu pai. Venho agradecer com meu pai, que ele fez a caminhada para eu me curar dessa doença”, disse o menino.
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Cavalos selados, rota planejada e mais oração para que o caminho seja guiado por Deus. Também na estrada, o estudante Samuel Rodrigues Cardoso, de 14 anos, foi movido pela tradição que veio de família. “É bom demais. A primeira vez de estar participando é bom demais”, comemorou.
Participando da tradição há oito anos, o servidor público José Humberto Mendonça reforçou que além da fé, o intuito também é a ajuda social feita durante todo o trajeto. “A gente vai pela fé, a gente vai pelo social também, no caminho vendo as pessoas que a gente pode ajudar, nas comunidades carentes, nos assentamentos. As crianças também, que agente leva a parte de kits educacionais”, contou.
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Fonte: G1 Tocantins