Potencial do cerrado vira fonte de renda e pesquisa em projeto da Fiocruz e Ministério da Agricultura

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Pesquisadores descobriram que, pelo menos, trinta plantas podem ser usadas para fins medicinais e alimentares. Entre as inovações está o chocolate feito a partir do cupuaçu. Fiocruz mapeia 30 plantas que são transformadas em renda; saiba mais
O potencial do cerrado tem se transformado em pesquisa e renda para agroextrativistas que recebem apoio do projeto ArticulaFito, desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Ministério da Agricultura. Entre as inovações está o chocolate feito a partir do cupuaçu, que nas mãos da Leidejany Lopes vira barra e bombom.
Criada no cerrado, ela aprendeu cedo a aproveitar o que tem por perto. “A ideia surgiu a partir da vivência que eu tive com a minha avó de fazer a bola de cacau para a gente ralar no leite. E ai quando eu vi a amêndoa do cupuaçu, que eu vi, eu tentei comer ela. Ai eu percebi que era possível. Que era a mesma família também do cacau”, afirmou a agroextrativista.
O que era uma tentativa de conseguir renda se tornou negócio lucrativo depois que ela recebeu apoio do projeto. Atualmente são cerca de 600 pequenos agroextrativistas, de diversos biomas brasileiros, recebendo este incentivo.
Os pesquisadores descobriram que, pelo menos, trinta plantas podem ser usadas. É o maior mapeamento feito no Brasil. Do coco babaçu, por exemplo, é possível extrair alimentos, cosméticos e produtos de limpeza.
“Em todas as oficinas e todos os processos do projeto ArticulaFito nós temos as universidades, nós temos as instituições de assistência técnica, nós temos técnicos não é, de governo, participando e construindo esse processo. Você tem o conhecimento dos saberes tradicionais com o conhecimento científico e isso se funde em um novo conhecimento”, disse a articuladora regional do projeto, Marta Barbosa.
Perto da casa da Mirian Correia, na serra do Lajeado, a fartura é de sucupira. Há cincos anos ela decidiu experimentar a planta como óleo medicinal. “Ele é bom para articulação, problemas de ácido úrico, reumatismo, dores na coluna, hérnia de disco. Todos esses problemas de osso ele é bom para desinflamar e sarar”, afirma.
Bombom de chocolate feito com cupuaçu
Reprodução/TV Anhanguera
O projeto vai ajudar na preservação ambiental, pois quem se beneficia dos frutos da terra também se torna um protetor deles. “Os agroextrativistas, as agroextrativistas, se tornam guardiões desta grande sociobiodiversidade que a gente tem”, comenta o professor e pesquisador Ednilson da Silva.
Os resultados do projeto foram apresentados durante a Agrotins, a maior Feira de Agrotecnológica da região Amazônica, que voltou a ser presencial, após dois anos no formato digital. Em quatro dias, o evento movimentou 2,5 bilhões.
A Raquel veio do Jalapão, uma região do Tocantins que já foi chamada de corredor da miséria. No cerrado ela encontrou o sustento. “Nós trabalhamos com a paçoca do barú, doce de buriti. Tudo o que nós temos a nosso favor nós conseguimos pegar e trazer. Nós temos o bombom que tem o recheio de mangaba, o recheio de cupuaçu”, explicou a Raquel Pinheiro da Silva.
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Fonte: G1 Tocantins